Varejista gigantesca do Brasil vive grande crise financeira e passa pelo mesmo terror da Americanas. A empresa, que estava a beira da falência, teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela justiça. A seguir, veja todos os detalhes
Não existem dívidas de que o mercado varejista é o que mais movimenta a economia brasileira. No entanto, há alguns anos, o setor vem sofrendo perdas significativas devido as grandes crises vividas. Um grande exemplo é a recente pandemia de Covid-19, o que alastrou um caos tremendo em todo o mundo, afetando as finanças de diversos países do mundo.
Neste sentido, uma empresa gigantesca brasileira vive uma situação de fato bastante semelhante ao caso da Americanas. À beira da falência, a varejista se viu obrigada a recorrer à justiça e pedir por uma recuperação judicial. Se demonstrando firme, mesmo em meio a crise, e com o desejo de contornar a situação e quitar suas dívidas que chegam a R$ 395 milhões.
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Para quem está se perguntando: “que empresa é essa?”, estamos falando sobre a renomada Polishop. Você com certeza já viu diversos anúncios e propagandas sobre essa gigante. Amplamente reconhecida por sua atuação no campo da tecnologia e inovação. A marca oferece diversos produtos, como: itens de casa, beleza e saúde, reconhecidos por sua qualidade.
Segundo informações divulgadas pelo ‘G1’, a Polishop entrou com um pedido de recuperação judicial no início do mês de maio, revelando dívidas no valor que ultrapassa os R$ 300 milhões. O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, confirmou que a companhia atende aos requisitos legais do processo.
A empresa que tinha 60 dias para apresentar seu plano de recuperação, segundo o portal, ‘Bloomberg Línea’, no dia 24 de julho, a Polishop apresentou seu plano de reestruturação à Justiça, no qual propõe a aplicação de um deságio de 90% sobre o valor de face com uma carência de 20 meses e um prazo de pagamento de 10 anos, segundo o documento de 311 páginas.
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Entenda o que aconteceu com a Polishop
Desde o início da pandemia da Covid-19, a Polishop e outras varejistas enfrentaram dificuldades financeiras, como mencionamos no início deste artigo. Sendo assim, para lidar com essa situação, a empresa decidiu começar a reduzir os seus custos, dessa forma, fechou várias lojas e reestruturou suas operações.
Segundo o portal ‘Valor Econômico’, a Polishop tinha 250 lojas no final de 2021, em comparação com 120 lojas do ano anterior. Em 2022, a empresa investiu cerca de R$ 100 milhões na operação, parte desse valor proveniente da venda de um avião para o cantor Gusttavo Lima, por R$ 250 milhões. Atualmente, a varejista possui apenas 48 unidades.
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Em 2023, os shoppings, como Multiplan, Iguatemi, Ancar, Saphyr e Aliansce Sonae BR Malls entraram com ações de despejo e execuções de títulos judiciais contra a marca devido atrasos de aluguéis. Por meio de uma entrevista ao Valor Econômico, João Appolinário, CEO da varejista, disse que a Polishop estava passando por um processo de reorganização.
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“Depois de 2022, a ajuda do governo que existia foi acabando [auxílio emergencial] e os shoppings pararam de negociar descontos nos aluguéis e em outros custos, e o IGP-M, que reajusta os contratos, foi às alturas. Essas empresas de shoppings são grandes, de capital aberto, querem cobrar e acabou”, disse João Appolinário.
Nos últimos anos, tanto a Polishop quando a Americanas enfrentaram dificuldades financeiras e tentaram reestruturar suas operações para pagar dívidas. No entanto, a situação se agravou, levado ambas as varejistas a fecharem algumas lojas e solicitarem recuperação judicial para permanecer no mercado.
Dívida estrondosa
De acordo com o ‘Bloomberg Línea’, entre os maiores credores financeiros da rede varejista de utilidades domésticas estão o Banco do Brasil (BBAS3), com R$ 24,5 milhões, o Bradesco (BBDC4), com R$ 11,3 milhões, o Itaú Unibanco (ITUB4), com R$ 7 milhões, e o Safra (R$ 5,1 milhões). A lista inclui ainda BV, Pine, Original e Banco da Amazônia. Além de milhões em débitos trabalhistas.
Qual a diferença entre falência e recuperação judicial?
Ambos os institutos visam a satisfação de dívidas de uma empresa. Contudo, a principal diferença está na continuidade ou não do empreendimento. No caso da recuperação judicial, se ganha tempo para recuperar a capacidade de gerar resultados na empresa. Por outro lado, na falência, não existe a reestruturação do negócio e ele acaba fechando as portas.