“Velho Chico”, a novela das nove da Globo, chega ao fim nesta sexta-feira (30) trazendo tristeza e emoção à equipe de produção da trama e elenco, e aos telespectadores.
O folhetim de Benedito Ruy Barbosa, Bruno Luperi e Edmara Barbosa trouxe o cenário rural de volta ao principal horário de novelas da Globo após anos. Entre problemas de audiência e nos bastidores, “Velho Chico” apresentou seu ótimo texto, com grande atuações – a de Antonio Fagundes, nesta semana, foi espetacular – e a belíssima direção de Luiz Fernando Carvalho. Também debateu temas importantes, como a corrupção na política e agricultura sustentável.
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Protagonista da trama, o Rio São Francisco apareceu como pano de fundo para a história de disputas e rivalidades que mostrava o amor proibido de Santo (Renato Góes/Domingos Montagner) e Maria Tereza (Julia Dalavia/Camila Pitanga).
Muitas vezes parada e triste, “Velho Chico” chega ao fim marcada pela tragédia com Domingos Montagner no Rio São Francisco. Sem o ator, os autores deram continuidade com o personagem Santo por meio da câmera subjetiva, onde os telespectadores são o “olhar” de Santo. Cenas que trazem um misto de tristeza e emoção, tanto para quem faz a novela, quanto para o público.
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Além do figurino muito criticado, um problema de “Velho Chico” – que talvez tenha afetado a audiência -, foi um erro na estrutura dos capítulos, que precisam ter doses de humor para “aliviar”, não ficar arrastado e, claro, ter bons ganchos.
O folhetim contou com muitos dramas e romances, mas faltou algo cômico. O capítulo de uma novela precisa ser um mosaico, para que o público tenha um “escape”, após cenas tensas. “Velho Chico” também errou em ter diálogos longos e arrastados, que enjoam o telespectador.
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Outro ponto que o autor responsável errou foi na escaleta, parte importantíssima de uma novela. A escaleta geralmente fica sob a responsabilidade do autor principal, por ser muito importante – apesar de alguns não seguirem essa regra. A escaleta é a parte onde acontece a montagem do capítulo, e onde consequentemente fazem-se os ganchos para prender o público. “Velho Chico”, por exemplo, teve muitos capítulos com cenas finais avulsas. Em alguns casos, o autor entregava o desfecho da cena pouco antes do fim e terminava sem algo que prender o telespectador para assistir o capítulo seguinte.
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Entre erros e acertos, “Velho Chico” será lembrada na história da Globo, infelizmente, talvez por causa de sua tragédia – espero que não.
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