Confira uma análise sobre a polêmica que atinge A Fazenda e descubra se o público tem razão ao reclamar de suposta manipulação no reality
Nas últimas semanas, uma polêmica antiga voltou a cercar A Fazenda. Assim como ocorre com muitos realities, o programa da Record ora ou outra desperta a ira de parte do público, que acusa a emissora de manipular o programa para beneficiar algum participante.
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Dessa vez, as acusações são endossadas por Theo Becker. Considerado um dos participantes mais polêmicos da história de A Fazenda, o ator levanta suspeitas de que existe algum “plano” nos bastidores para beneficiar artistas agenciados por Sylvia Goulart — três clientes da empresária já venceram o reality: Bárbara Evans, Douglas Sampaio e Flávia Viana.
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Essas suspeitas de que existe “manipulação” a favor dos clientes da empresária ganharam força na atual temporada de A Fazenda, em virtude do ator Rodrigo Phavanello, que é um dos participantes agenciados por Sylvia.
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No último mês, em conversa com Sabrina Paiva em A Fazenda, o ator sussurrou: “Ele me disse que ia me deixar três meses aqui”. Muitos internautas viram isso como uma “comprovação” da suposta manipulação no programa a favor de Phavanello, que para Theo Becker, foi o “escolhido” para vencer a atual temporada antes mesmo da estreia.
Becker, aliás, já havia aumentado as polêmicas em torno do reality, ao revelar, em outra oportunidade, que foi orientado pela produção a criar um “personagem” para agitar a primeira temporada de A Fazenda (em 2009), na qual participou, e que segundo o ator, acabou prejudicando sua carreira, por deixá-lo com uma imagem de “maluco”.
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A Record comentou a fala de Phavanello e rebateu as teorias de manipulação, afirmando que ao falar “Ele”, o ator se referia a Deus, e não a alguém influente no programa, como o diretor Rodrigo Carelli, que foi um dos nomes apontados pelos internautas e por Becker como um dos principais responsáveis por esse “plano”.
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Apesar disso, a tese de Becker ganhou força e foi “comprada” por diversos internautas, que estão convictos de que existe “manipulação” em A Fazenda. Tags relacionadas a essa interferência já chegaram a figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter durante a temporada.
Outro caso recente que levantou a ideia de manipulação e causou polêmica em A Fazenda ocorreu na oitava temporada, em 2015, com a controversa vitória do próprio Douglas Sampaio. O ator disputou a final com Ana Paula Minerato, e muitos davam a vitória da ex-panicat como certa, algo endossado por enquetes de grandes sites. Porém, Douglas acabou levando o prêmio principal, para revolta e incredulidade de muita gente.
Na ocasião, Roberto Justus, então apresentador de A Fazenda, comentou o caso, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, e rebateu as acusações de interferência. “Imaginar alguma interferência é ofensivo tanto para a segunda emissora do Brasil, quanto para mim pessoalmente”, disparou.
“Qual seria o interesse que teríamos — nós e a Record — para privilegiar um ou outro participante de reality show?”, completou o apresentador, que chegou a revelar sua predileção por Ana Paula.
Em 2017, quando voltou a ser questionado sobre esse caso, Justus fez uma nova reflexão: “Uma emissora como a Rede Record de Televisão e um apresentador que tem uma carreira que eu tive na minha vida, onde vocês estão vendo e acompanham a credibilidade, que interesse nós vamos ter em correr o risco de querer ajudar um participante? Qual a lógica disso?”.
Outra polêmica ocorreu ainda em 2017, mas não necessariamente ligada à vitória de um participante. Na temporada intitulada Nova Chance, que contou apenas com ex-participantes de realities, os ex-BBBs Flávia Viana e Marcos Harter se tornaram protagonistas.
Porém, com o programa chegando a sua reta final, e com a audiência em baixa, havia o sério risco de os dois acabarem disputando juntos uma roça e um deles ser eliminado antes da grande final, o que tornaria o título de campeão bastante previsível e que na teoria prejudicaria ainda mais a audiência do reality.
Até ali, o programa seguia o seu cronograma normal, com apenas três indicados à roça, e um deles podendo se salvar após a Prova do Fazendeiro; consequentemente, os dois perdedores iriam disputar a preferência do público e um deles seria eliminado.
Porém, o reality surpreendeu ao anunciar uma mudança em sua dinâmica, com uma formação de roça surpresa com três participantes. Dessa forma, um seria eliminado, e assim restariam quatro participantes, que disputariam uma última prova: o vencedor estaria na final, enquanto os três últimos entrariam diretamente na última roça da temporada. Matheus Lisboa venceu a prova, enquanto Monick Camargo, Marcos Harter e Flavia disputaram a derradeira berlinda. Obviamente, Marcos e Flávia permaneceram no jogo e Monick foi eliminada, ao receber apenas 11% dos votos do público.
O detalhe é que a Record não divulgou as parciais de Marcos e Flávia, o que já poderia adiantar quem seria o grande campeão da temporada, numa final antecipada. A falta de transparência foi alvo de críticas na época.
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Mais do que isso: toda essa dinâmica, com a roça surpresa e o aumento de três participantes disputando a preferência do público, foi vista por alguns internautas como uma espécie de manipulação de jogo da Record para impedir que Marcos e Flávia fossem eliminados antes da final ou até mesmo disputassem uma roça sozinhos, colocando um participante a mais, alguém menos popular, e que fatalmente seria eliminado, ao invés de um dos protagonistas.
OPINIÃO
Roberto Justus levantou uma reflexão interessante e que pode refutar bem a teoria de interferência da Record na vitória de um participante em A Fazenda. Não faria sentido a emissora colocar sua credibilidade em xeque e poder contrariar a vontade da maioria do seu próprio público — que já tem a possibilidade de votar no seu peão favorito — escolhendo um participante para vencer o reality com antecedência.
Isso se aplica ao caso de Rodrigo Phavanello. As opiniões do público nas redes sociais, que hoje são o principal termômetro, indicam que o ator está longe de ser o mais popular, e que sua vitória, caso ocorra, será uma grande surpresa, diferente do que ocorreu com Bárbara Evans, Douglas Sampaio e Flávia Viana, que apesar de terem gerado alguma controvérsia, contavam com grande apoio nas redes sociais e com fã-clubes bastante engajados nas votações, um fator desequilibrante.
O mesmo não se pode dizer a respeito das dinâmicas dos realities e da “proteção” a alguns participantes que são destaques. Como faz parte do formato de programas desse gênero o fator surpresa para “agitar” o jogo, é provável, até de forma natural, que haja mudanças no decorrer da produção, e que acabam beneficiando, propositalmente ou não, um participante protagonista, a fim de manter o público mais engajado. Afinal, na televisão, os índices de audiência sempre vão prevalecer.
As opiniões aqui retratadas não refletem necessariamente e posição do TV Foco