Venda à Volkswagen e encerramento de produções: 2 viradas para o declínio e extinção de montadora no Brasil

Após anos de operação no Brasil, montadora de carros tradicional declina e é vendida para concorrente; veja os bastidores

O setor automotivo brasileiro presenciou diversas reviravoltas ao longo das décadas, mas poucas foram tão marcantes quanto a ascensão e queda de uma montadora gigante, vendida à Volkswagen.

A Chrysler do Brasil chegou ao país com grandes expectativas, teve um destino inesperado e foi vendida para a Volks, encerrando suas produções. Mas o que levou a esse desfecho?

O TV Foco reuniu informações sobre os bastidores desse declínio marcante, ainda desconhecido por muitos, mas que movimentou o cenário automotivo nacional. Quer saber tudo? Veja à seguir!

A chegada e crescimento da Chrysler no Brasil

A Chrysler desembarcou oficialmente no Brasil em 1967, adquirindo a Simca do Brasil, uma fabricante francesa que já operava no país.

Com isso, passou a produzir modelos conhecidos, como o Esplanada e o Regente, mas logo investiu em modelos próprios, como os famosos Dodge Dart, Charger e Le Baron, conquistando o público brasileiro.

O sucesso dos Dodges, com seus potentes motores V8, consolidou a presença da Chrysler no país. No entanto, esse mesmo diferencial acabaria se tornando um problema nos anos seguintes.

A crise do petróleo e o golpe fatal na Chrysler

O declínio da Chrysler do Brasil começou em 1973, quando a crise do petróleo elevou os preços dos combustíveis e afetou diretamente os carros de maior consumo, como os Dodges.

Enquanto concorrentes apostavam em modelos mais econômicos, a Chrysler demorou a reagir, resultando em queda nas vendas e dificuldades financeiras.

A montadora tentou se reinventar, mas já era tarde. A crise econômica e a forte concorrência pressionaram a Chrysler, que viu sua presença no mercado brasileiro enfraquecer.

As duas viradas que selaram o destino da Chrysler

A situação financeira da Chrysler se agravou ainda mais no final dos anos 1970, levando a empresa a tomar uma decisão drástica envolvendo uma rival do setor, a Volks.

Assim, a primeira grande virada veio em 1979, quando a Volkswagen adquiriu 67% das ações da Chrysler do Brasil.

Esse movimento fez com que a montadora alemã assumisse o controle total da operação no ano seguinte, em 1980.

Com a nova administração da Volkswagen, veio a segunda grande virada: o encerramento definitivo da produção dos modelos Chrysler.

A Volkswagen decidiu descontinuar os Dodges e outros carros da linha Chrysler, substituindo-os por seus próprios veículos, como o Volkswagen Dodge 1800 e Polara.

Por fim, em 1981, a marca Chrysler foi oficialmente extinta no Brasil, dando adeus à história da montadora no país e selando um dos momentos mais marcantes do setor automotivo brasileiro.

Qual a maior montadora do Brasil?

De acordo com a matéria publicada pelo Carros com Camanzi em 26 de junho de 2023, se adotarmos o critério de volume de produção, a Volkswagen se destaca como a maior montadora do Brasil.

Em 2023, a marca alemã atingiu a marca histórica de 25 milhões de veículos produzidos no país, reforçando sua posição de liderança e sendo também a maior exportadora do setor.

Por outro lado, se o critério for o faturamento, dados recentes indicam que a Fiat, integrante do grupo Stellantis, foi a montadora que mais faturou em 2022.

Considerações finais

O caso da Chrysler do Brasil evidencia como grandes mudanças econômicas e estratégicas podem impactar uma montadora. Em suma, os principais fatores que levaram à sua extinção foram:

• Crise do petróleo em 1973, que encareceu o combustível e reduziu a demanda por carros de alto consumo;
• Falta de adaptação ao mercado, enquanto concorrentes investiam em modelos mais econômicos;
• Venda para a Volkswagen em 1979, que selou o destino da Chrysler no Brasil;
• Encerramento das produções em 1981, marcando o fim de uma era no setor automotivo nacional.

Mesmo com um legado de carros icônicos e uma história marcante, a Chrysler do Brasil não resistiu às mudanças do mercado e acabou desaparecendo das ruas brasileiras.

E você, lembra dos clássicos Dodge rodando por aí? Ouviu histórias dessa época? Sem dúvidas, a montadora marcou um capítulo histórico da indústria automobilística brasileira.

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