Sem apresentadores fixos, o que deu um ritmo mais ágil à premiação, a MTV promoveu na noite de quinta-feira a entrega de seu VMB aos melhores da música pop em 2012.
Bem diferente do prêmio Multishow, entregue um dia antes em clima careta e bem comportado, foi uma noite com cara de festival de música dos anos 60, tantos foram os protestos e críticas de caráter político ouvidos no palco.
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“Gostaria de oferecer esse prêmio principalmente para as autoridades públicas desse país, que tenho certeza que vão apurar qual dos 30 incêndios foram provocados”, disse o rapper Criolo, ao receber seu prêmio, referindo-se à onda de incêndios em favelas na cidade de São Paulo.
O tema reapareceu no palco ainda duas vezes. Primeiro, a cantora Karina Buhr falou dos incêndios ao se apresentar. Depois, o rapper Emicida voltou ao assunto, além de exibir uma bandeira do MST ao ser premiado: “Essa música foi feita por causa da desapropriação violenta que a polícia está fazendo no Estado de São Paulo. Infelizmente o momento não é de festa”, disse o cantor.
Líder dos Racionais, Mano Brown também discursou ao receber um prêmio. “Muito obrigado aos que acreditam no rap como música instrumento do preto, da revolução, de fazer a justiça. É o som do preto mesmo, somos herdeiros dos tambores, da África”, disse.
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O protesto mais original foi o de Gaby Amarantos, que reclamou do bullying que sofre por ser gordinha: “Beyoncé nada, eu sou a Gaby Amarantos. Eu que sou uma mulher diferente, que tenho um padrão diferente, para acabar com a ditadura da magreza. Eu não visto 38, e daí? Eu tenho celulite, e daí?”.
Para completar o clima anos 60, a banda Restart mereceu uma sonora vaia da plateia e respondeu à altura: “Podem vaiar, não tem problema. Vocês são livres para gostar do que vocês quiserem. Nós chegamos aqui sem humilhar ninguém. Muito obrigada aos nossos fãs”, disse o vocalista, Pe Lanza.
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Comparadas às piadas sem graça da cantora Ivete Sangalo e do humorista Paulo Gustavo durante a entrega do prêmio Multishow, o VMB foi, de longe, muito mais divertido.
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Opinião do colunista Mauricio Stycer