Walcyr Carrasco admite que era um péssimo autor e revela como agiu para fazer sucesso na Globo
14/08/2018 às 10h59
A internet parou na manhã desta terça-feira (14) com a informação de que a novela Verdades Secretas está tendo uma continuação escrita pelo autor Walcyr Carrasco. A revelação foi feita em entrevista à revista Quem, na qual ele fez várias revelações sobre as suas produções na Globo e falou dos novos projetos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
+ Segundo Sol: Personagem flagra Karola e Remy transando e entra em pânico
Sua mais recente história foi lançada na Bienal do Livro de São Paulo e se trata de um livro infantil, intitulado “Meus Dois Pais”, da editora Moderna. Ela conta a história de uma criança que tem os pais separados e se depara com o pai iniciando um relacionamento com outro homem.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Sobre as suas histórias, o autor explica: “A minha imaginação funciona o tempo todo, e escrevo depressa. Quando a gente ama escrever, não desliga”. Ele tanto escreve obras originais quanto reescreve clássicos de sucesso em remakes, e revela o motivo de ter começado pelas adaptações.
“Comecei a adaptar porque me considerava um péssimo autor. Eu queria melhorar minha escrita e queria entrar nas entranhas dos grandes autores, e comecei com Vitor Hugo, com ‘Os Miseráveis’. Não acho que sou um grande autor. Artista com muito senso crítico deixa de ser artista”, explica.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“A gente escreve e entrega. Eu não critico o que eu escrevo. Talvez daqui alguns anos eu critique, mas enquanto eu faço eu estou vivendo aquela emoção de fazer. Escrevo um capítulo de novela por dia, em quatro horas. A história vai acontecendo na minha cabeça”, revela.
“Quando sento escrevo de uma vez, não faço nem escaleta, é perda de tempo. Distribuir cenas, depois juntar tudo, dá mais trabalho. Escrevo e deixo buracos para os meus colaboradores preencherem”, diz o autor de sucessos como O Cravo e a Rosa, Chocolate com Pimenta, Alma Gêmea e Êta Mundo Bom.
LEIA TAMBÉM:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● “Decisão tomada pelo Banco Central”: Lo Prete paralisa JG com decreto que atinge saldo das poupanças
● Tchau, R$1412: Governo Lula emite comunicado sobre bloqueio do benefício do INSS e 2 alertas a beneficiários
● “Eu gosto”: Aos 83 anos, Roberto Carlos faz confissão após esconder e assume para todos
Sobre o livro com temática gay, ele explica: “Nós hoje demos alguns passos para trás. O livro foi muito bem recebido quando lançado, e hoje as pessoas estão com mais medo de tocar nesses temas. O livro fala de uma família que está cada vez mais comum”, conta.
“Quando lançamos o livro ouvi de professores que nas reuniões de pais e mestres eles viam sempre dois pais ou duas mães e precisavam aprender a lidar com essa situação. Todos os meus livros infantis falam de questões da sociedade. Já falei de deficiência, racismo, e as famílias com casais do mesmo sexo também são uma realidade. Senti a necessidade de falar disso. É um livro alegre, que fala do amor de uma família”, explica.
“O grosso da população brasileira leva na boa esses temas. Em ‘Amor à Vida’ teve gente reunida em bar para ver o último capítulo e o beijo. Foi loucura nacional. Mas temos grupos religiosos que gritam muito alto, e as vezes nem são tão representativos. É como em uma escola, se dois ou três pais gritam contra a abordagem de um tema, assustam o professor e o diretor”, diz.
“Para as pessoas que não queriam ver na TV casais gays, que falavam que seria um choque para os filhos, eu dizia ‘acho melhor você ir preparando o seu filho, porque a lei brasileira autoriza um casal gay a se beijar no shopping. Então se você fizer um escândalo, é você quem vai estar errado. Então melhor você preparar seu filho para conviver com essa situação”, pondera.
E após o grande sucesso de O Outro Lado do Paraíso, Walcyr Carrasco finaliza a entrevista falando sobre o retorno de Verdades Secretas:
“Estamos pensando em Verdades Secretas 2. Deixei plantado ganchos para continuar. Ainda preciso pensar um pouco mais, mas o sucesso internacional está violento. A questão maior não é a história, mas os atores que estão comprometidos com muitos projetos. Então não é uma coisa para amanhã”.