Walcyr Carrasco relembra punição que deu em atriz rebelde e a deixou ‘muda’ por duas semanas em sua novela
04/08/2018 às 17h50
Uns dizem que ele é vingativo, outros alegam que ele é muito controlador… o fato é que Walcyr Carrasco gosta mesmo de escrever novelas popularas (ou popularescas) e coleciona vários sucessos em sua carreira, principalmente na Globo, onde está desde 2000.
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E participando de um painel na Bienal Internacional do Livro de São Paulo neste sábado (04), ao lado da roteirista Adriana Falcão, para falar mais sobre novelas, filmes e livros, Walcyr contou um dos casos mais clássicos de punição em sua carreira.
Um dos pontos discutidos foi justamente como o escritor precisa lidar com a mudança no seu trabalho. “Às vezes, um diretor pensa em uma cena diferente do que você imaginou”, definiu Adriana, que trabalhou em “A Grande Família” e adaptou O Auto da Compadecida no cinema, que fez muito sucesso.
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Walcyr foi mais a fundo e declarou: “Na novela, o problema é que você imagina um personagem de um jeito e podem fazer de outro. O que é possível na novela é quando o ator trai muito (o roteiro) e você se vinga. Eu tive uma atriz bem famosa que inventava falas, e então coloquei um problema na garganta (na personagem dela) e ela ficou muda por duas semanas”, contou Walcyr, arrancando risos do público que acompanhou a conversa. Tal atriz, para quem não sabe, foi Elizabeth Savalla.
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Em “Chocolate com Pimenta”, a vilã Jezebel ficou alguns dias sem poder falar por causa dos “cacos” que a atriz fazia durante as gravações, o que irrita de fato o autor. Mas depois disso eles se resolveram e fizeram várias novelas juntos, como Alma Gêmea, Sete Pecados, Caras e Bocas, Morde e Assopra e Eta Mundo Bom, em 2015. Ela também faria Gabriela, em 2012, mas não pode por causa de saúde. Maria Machadão, então, acabou ficando com Ivete Sangalo.
“Escrever livro e roteiro é completamente diferente. O livro é mais livre, posso desbravar novos formatos. Eu não espero sobreviver de escrever livro. Poucos autores conseguem”, opinou Adriana na Bienal.
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Walcyr, por outro lado, tem uma visão diferente da autora. “Eu espero sempre conseguir sobreviver escrevendo livro. Discordo. Eu quero que o livro venda. Tenho livro infantil publicado há 36 anos que ainda é lido”, disse o autor.
E seguiu: “Nesse mundo digital, o livro não vai acabar. Quando eu era novo, falavam que o teatro ia acabar. Quando comecei no jornalismo, vi uma foto de quatro atores e a pergunta era se eles iam salvar a novela. E não acabou. Pelo contrário. A novela é um gênero cada vez mais produzido”, afirmou Walcyr Carrasco.
E seguiu: “Eu acho que nada acaba. O livro não acaba. Mas muda. As novelas são mais ágeis, por exemplo. O livro está usando outras plataformas. Ele não acaba, mas sim a relação que você tem com ele”.
Adriana completou a ideia, que foi mal interpretada por Carrasco: “Eu não acho que conseguiria sobreviver vendendo só livros, mas quero escrever livros o tempo todo. E ver as crianças lendo é muito bacana. O livro não vai morrer até que tenham professores lá para apoiar”.
Com informações do Uol.