Walcyr Carrasco relembra punição que deu em atriz rebelde e a deixou ‘muda’ por duas semanas em sua novela

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Walcyr Carrasco foi o autor de O Outro Lado do Paraíso. (Foto: Divulgação)

O autor Walcyr Carrasco. (Foto: Reprodução/Instagram)

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Uns dizem que ele é vingativo, outros alegam que ele é muito controlador… o fato é que Walcyr Carrasco gosta mesmo de escrever novelas popularas (ou popularescas) e coleciona vários sucessos em sua carreira, principalmente na Globo, onde está desde 2000.

E participando de um painel na Bienal Internacional do Livro de São Paulo neste sábado (04), ao lado da roteirista Adriana Falcão, para falar mais sobre novelas, filmes e livros, Walcyr contou um dos casos mais clássicos de punição em sua carreira.

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Um dos pontos discutidos foi justamente como o escritor precisa lidar com a mudança no seu trabalho. “Às vezes, um diretor pensa em uma cena diferente do que você imaginou”, definiu Adriana, que trabalhou em “A Grande Família” e adaptou O Auto da Compadecida no cinema, que fez muito sucesso.

Walcyr foi mais a fundo e declarou: “Na novela, o problema é que você imagina um personagem de um jeito e podem fazer de outro. O que é possível na novela é quando o ator trai muito (o roteiro) e você se vinga. Eu tive uma atriz bem famosa que inventava falas, e então coloquei um problema na garganta (na personagem dela) e ela ficou muda por duas semanas”, contou Walcyr, arrancando risos do público que acompanhou a conversa. Tal atriz, para quem não sabe, foi Elizabeth Savalla.

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Em “Chocolate com Pimenta”, a vilã Jezebel ficou alguns dias sem poder falar por causa dos “cacos” que a atriz fazia durante as gravações, o que irrita de fato o autor. Mas depois disso eles se resolveram e fizeram várias novelas juntos, como Alma Gêmea, Sete Pecados, Caras e Bocas, Morde e Assopra e Eta Mundo Bom, em 2015. Ela também faria Gabriela, em 2012, mas não pode por causa de saúde. Maria Machadão, então, acabou ficando com Ivete Sangalo.

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“Escrever livro e roteiro é completamente diferente. O livro é mais livre, posso desbravar novos formatos. Eu não espero sobreviver de escrever livro. Poucos autores conseguem”, opinou Adriana na Bienal.

Walcyr, por outro lado, tem uma visão diferente da autora. “Eu espero sempre conseguir sobreviver escrevendo livro. Discordo. Eu quero que o livro venda. Tenho livro infantil publicado há 36 anos que ainda é lido”, disse o autor.

E seguiu: “Nesse mundo digital, o livro não vai acabar. Quando eu era novo, falavam que o teatro ia acabar. Quando comecei no jornalismo, vi uma foto de quatro atores e a pergunta era se eles iam salvar a novela. E não acabou. Pelo contrário. A novela é um gênero cada vez mais produzido”, afirmou Walcyr Carrasco.

E seguiu: “Eu acho que nada acaba. O livro não acaba. Mas muda. As novelas são mais ágeis, por exemplo. O livro está usando outras plataformas. Ele não acaba, mas sim a relação que você tem com ele”.

Adriana completou a ideia, que foi mal interpretada por Carrasco: “Eu não acho que conseguiria sobreviver vendendo só livros, mas quero escrever livros o tempo todo. E ver as crianças lendo é muito bacana. O livro não vai morrer até que tenham professores lá para apoiar”.

Walcyr Carrasco. (Foto: Reprodução/Instagram)

Com informações do Uol.

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