O universo místico e o realismo fantástico são marcas de Pantanal, em exibição na Globo. Além da mulher que vira onça e do homem que vira sucuri, vários entrechos da novela criada por Benedito Ruy Barbosa e adaptada por seu neto, Bruno Luperi, primam pela originalidade, a exemplo de um amante castrado e de vilões comidos por piranhas. Veja 5 bizarrices da trama:
Castração de Alcides: Disposta a dar o troco em Tenório (Murilo Benício) após descobrir que o marido tem outra família, Maria Bruaca (Isabel Teixeira) também vai arranjar um romance fora de casa. Ela começa a se envolver com Alcides (Juliano Cazarré), capataz de seu marido. Ele nem desconfia que a patroa começa a projetar nele todo o seu desejo sexual reprimido.
A situação vai se complicar ainda mais porque Guta (Julia Dalavia), filha de Maria Bruaca e de Tenório, também se envolve com o peão. O caso entre os três termina de forma trágica: quando o fazendeiro descobre o envolvimento entre os amantes, trata de mutilar o pênis do adversário, cortando o mal pela raiz.
Guta perto do incesto: Tenório também vai aprontar das suas. Além da família com Maria Bruaca, ele mantém outra em São Paulo, com Zuleica (Aline Borges). Desse relacionamento, nasceram três filhos já crescidos: Marcelo (Lucas Leto), Roberto (Cauê Campos) e Renato (Gabriel Santana). O que o mulherengo não contava é que a pulada de cerca pudesse culminar em um caso de incesto.
Isso porque Guta e Marcelo se envolvem, sem nem desconfiarem que são meio-irmãos. Em breve, para confrontar o pai, a jovem conta que chegou a ir para a porte de um motel com o rapaz, mas descobriu a verdade a tempo. Na versão original da história, é revelado que o rapaz é fruto de um estupro e não filho de Tenório, o que permite um final feliz para o casal, que fica junto no desfecho.
Vilões devorados por piranhas: Se seguir à risca a primeira versão da novela, o destino dos vilões de Pantanal será trágico. Levi (Leandro Lima) é um que irá aprontar poucas e boas. O forasteiro chega a tentar agarrar Maria Bruaca à força e também se mete com Juma, criando várias inimizades na região. Por fim, entra em um conflito de vida ou morte com Alcides, que dá cabo de sua vida.
Já na reta final, será a vez de Tenório ter um destino macabro. Após capar Alcides, o fazendeiro entra na mira do peão, que trata de se livrar do rival para sempre. Assim como faz com Levi, o jagunço mata e depois leva o morimbundo para ser comido pelas piranhas de um rio, que devoram os corpos.
Reencontro sobrenatural: No fim de Pantanal, José Leôncio (Marcos Palmeira) e Filó (Dira Paes) se casam, mas não têm muito tempo para viver o matrimônio. No dia seguinte ao casório, o fazendeiro acorda se sentindo mal, com uma forte dor no peito. Antes de morrer, ele tem uma visão com o pai, Joventino Leôncio, que assumiu a imagem do encantado Velho do Rio (Osmar Prado).
À beira de um rio, os dois têm um reencontro emocionante. José Leôncio finalmente descobre o fim de seu finado pai, dúvida que o atormentou por toda a vida. E então o encantado anuncia que o filho é o novo Velho do Rio, responsável por zelar pelas novas gerações da família.
"Estava escrito, filho. Nossas histórias também não terminam aqui. Tem seus filhos, seus netos… Tem que cuidar deles, que nem eu cuidei de ocê. Agora tô cansado dessa vida. Chegou minha hora de descansar. Até um dia, filho! Cuida bem da tua comitiva!", dirá Joventino/Velho do Rio
Espírito de José Leôncio zela por família no desfecho: Na primeira versão de Pantanal, o tempo passa após a morte de José Leôncio, e Filó aparece cuidando de toda a família anos depois, no último capítulo. Ela estranha o comportamento dos filhos de Jove (Jesuíta Barbosa) e Juma (Alanis Guillen), que parecem interagir com alguma entidade invisível.
A antiga cozinheira da fazenda logo presume que os meninos estão conversando com José Leôncio, que segue abençoando a família em outro plano. A última cena da novela reúne o protagonista e os netos pequenos, que caminham pelo avô pela fazenda no Pantanal.