Estrela de A Favorita  fez novela magoada com a Globo: “Não  gostam de mim”

Dona de um inegável talento e de lindos olhos claros, Suzana Faini morreu no último dia 28 de abril de 2022, aos 89 anos, no Rio de Janeiro. Nascida em 9 de março de 1933, se profissionalizou como bailarina, trabalhando nessa área dos 19 aos 34 anos.

Seu primeiro registro como atriz foi no filme Os Paqueras (1969), dirigido por Reginaldo Faria. Na televisão, estreou na Globo no mesmo ano, na novela Rosa Rebelde, de Janete Clair. Seguiram as novelas O Homem que Deve Morrer (1971), Selva de Pedra (1972), Carinhoso (1973), Cuca Legal (1975), Duas Vidas (1976), Dancin’ Days (1978), Pai Heroi (1979), Brilhante (1981), Eu Prometo (1983) e Livre Para Voar (1984).

Suzana participou do remake de Selva de Pedra em 1986, vivendo a advogada Dr. Ana Fróes. Na primeira versão, ela viveu uma personagem diferente: a secretária Olga. A partir da década de 1990, a artista continuaria atuando em pequenas participações especiais. Alguns desses trabalhos foram: Salomé (1991), Você Decide (1992) e 74.5 – Uma Onda no Ar (1994).

Também integrou Malhação (1995), Irmãos Coragem (1995), Perdidos de Amor (1996), Mulher (1998), Chiquinha Gonzaga (1999). Já nos anos 2000, a atriz fez Desejos de Mulher (2002), Hoje é Dia de Maria (2005), Começar de Novo (2005) e Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007).

Suzana voltou a ter um papel de destaque em A Favorita (2008), interpretando Iolanda, a matriarca da família Copola. Em entrevista ao jornal O Globo de 15 de junho daquele ano, ela comentou que, talvez por não ter alimentado a mídia com fotos e entrevistas, isso pode ter contribuído para que ela trabalhasse em papéis de pouco repercussão na televisão.

Na entrevista, Suzana afirmou que também havia se cansado de ser parada na rua e questionada sobre estar afastada das novelas. “Alguns chegavam a perguntar por que a Record não me chamava. Respondia: porque a Globo não me chama? Afinal, sempre trabalhei na emissora, apesar de nunca ter sido contratada. Comecei lá na década de 1960, quando ainda era bailarina”, questionou.

“Nunca fui cogitada para ser a protagonista. Honestamente, não guardo mágoas. Tenho uma insatisfação muito grande por outro motivo porque sou uma atriz poderia ter tido mais trabalho”, afirmou.

“Hoje em dia, o Projac é uma cidade à parte. Quando você telefona para lá, fala com a secretária eletrônica da secretária do assistente. É impossível fazer contato. Quando os estúdios eram no Jardim Botânico, encontrava todo mundo ali nos corredores. Inclusive os autores”, concluiu.

Depois disso, a atriz ainda atuou em Caminho das Índias (2009), Escrito nas Estrelas (2010), Salve Jorge (2012), Espelho da Vida (2018) e na série Sob Pressão (2018), que acabou sendo seu último trabalho no veículo.